Ataques aéreos de Israel mataram ao menos 18, sendo 8 crianças, nas últimas 24h em Gaza, dizem autoridades palestinas
Ataques ocorrem um dia após o grupo terrorista Hamas rejeitar novas condições apresentadas por Israel nas negociações de cessar-fogo. Na noite desta segunda (26), colonos judeus também invadiram uma cidade na Cisjordânia e mataram um palestino. Palestinas choram pela morte de parentes em ataque israelense na Faixa de Gaza
AP Photo/Abdel Kareem Hana
Autoridades palestinas afirmam que ataques aéreos israelenses na Faixa de Gaza mataram pelo menos 18 pessoas, sendo elas oito crianças, nas últimas 24 horas.
Segundo informações dadas pela Defesa Civil, que opera sob o governo comandado pelo Hamas, à agência de notícias Associated Press, as vítimas são de quatro bombardeios diferentes:
uma mãe e três filhos no bairro de Tufah, na cidade de Gaza - três pessoas seguem desaparecidas
um homem, três mulheres e uma criança que estavam em um prédio no centro da cidade de Gaza
um homem, uma mulher e três crianças de menos de 3 anos em uma casa em Khan Yunis
quatro pessoas, sendo uma criança, em casa a oeste de Khan Yunis
Homem chora sob o corpo de criança morta em ataque aéreo de Israel
AP Photo/Abdel Kareem Hana
Pressionado pela morte de civis em seus ataques, o governo de Israel diz que tenta evitar ferir civis e acusa o Hamas de colocá-los em perigo ao lutar em áreas residenciais. No último mês, antes de seus bombardeios, o Exército israelense emitiu várias ordens de evacuação e diminuiu as zonas humanitárias no território de Gaza.
Também na noite desta segunda-feira (26), uma invasão de colonos judeus a uma cidade da Cisjordânia acabou deixando um palestino morto e três feridos. As tropas israelenses confirmaram ter aberto fogo contra manifestantes, mas afirmaram que houve confronto entre os dois lados.
Palestinos choram sobre corpos de mortos em ataque aéreo
AP Photo/Abdel Kareem Hana
Tentativa de trégua frustrada
O grupo terrorista Hamas informou neste domingo (25) que rejeitou as novas condições apresentadas por Israel nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O anúncio lança ainda mais dúvidas sobre as chances de um avanço no esforço apoiado pelos Estados Unidos para encerrar a guerra que teve início em outubro do ano passado.
Já são meses de negociações sem um acordo para encerrar a campanha militar israelense em Gaza ou libertar os reféns ainda capturados pelo Hamas no ataque a Israel de 7 de outubro.
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Os principais pontos de discórdia nas negociações mediadas pelos Estados Unidos, Egito e Catar incluem a presença israelense no chamado corredor Filadélfia, um estreito trecho de terra de 14,5 km de extensão ao longo da fronteira sul de Gaza com o Egito.
O Hamas disse que Israel voltou atrás no compromisso de retirar tropas do corredor e apresentou outras novas condições.
Entre elas, a inclusão da triagem de palestinos deslocados quando eles retornassem ao norte, região densamente mais povoada.
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"Não aceitaremos discussões sobre retratações do que concordamos em 2 de julho ou novas condições", disse o representante do Hamas, Osama Hamdan, à TV Al-Aqsa do grupo no domingo.
Em julho, o Hamas aceitou uma proposta dos EUA para iniciar negociações sobre a libertação de reféns israelenses, incluindo soldados e homens, 16 dias após a primeira fase de um acordo que visava encerrar a guerra de Gaza.
Hamdan também disse que o Hamas entregou aos mediadores sua resposta à última proposta, dizendo que as conversas dos EUA sobre um acordo iminente são falsas.
Uma delegação do Hamas deixou o Cairo no domingo após manter conversas com mediadores, disse o alto funcionário Izzat El-Reshiq. Segundo ele, o grupo reiterou sua exigência de que qualquer acordo deve estipular um cessar-fogo permanente e uma retirada israelense total de Gaza.
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