Lula
EVARISTO SA / AFP
Interlocutores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhecem que o governo perdeu o momento ideal de fazer a reforma ministerial. E que, a partir de agora, Lula enfrenta desvantagem na negociação com os partidos.
Isso, porque a queda de popularidade fortalece os partidos do Centrão nas demandas por mais espaço no governo.
A última pesquisa Datafolha registrou uma queda da aprovaçao de Lula para apenas 24% – a menor já registrada pelo político ao longo de três mandatos. A reprovação pulou para 41%.
Datafolha: 41% reprovam o governo Lula. Aprovação é de 24%
Até então, a expectativa do governo era de ampliar o espaço do Centrão para conseguir não só a governabilidade – votações de interesse do governo – mas também compromissos para uma eventual campanha de reeleição de Lula em 2026.
O próprio presidente chegou a sinalizar esse entendimento durante a primeira reunião ministerial no início do ano.
Lideranças do Centrão, no entanto, já têm deixado claro que a reforma ministerial servirá apenas para algumas votações de consenso. E sem qualquer compromisso com 2026.
Pauta paralisada
Enquanto isso, a pauta do governo está completamente paralisada. Nem mesmo o Orçamento e 2025 foi votado até agora.
Lideranças do Congresso dizem que as pautas só devem avançar após a reforma ministerial, e quando houver uma solução para o impasse sobre as emendas com o Supremo Tribunal Federal.
Esses líderes cobram de Lula empenho para resolver as emendas que foram canceladas por decisão de Flávio Dino, em dezembro, por falta de transparência no envio dos recursos.